quinta-feira, 2 de abril de 2009
Não posso negar. Por mais que a Amy Winehouse seja a representação do que não é politicamente correto, nossa junkie favorita ainda deixa a gente animado numa manhã fria de quinta-feira. Os primeiros ventos da minha estação favorita começam a atiçar minha criatividade, encorajando-me a escrever para este blog. Tenho trabalhos lindos pra fazer... Enquanto estou a fim de desenhar as cabeças dos filhos da puta que abusaram na compra das ações do Google ano passado rolando ao serem fatiadas por uma faca elétrica enferrujada , é uma época de desenhar coelhinhos, bixinhos fofinhos, e tudo aquilo que dá lucro, mas não tem graça... Pra isso, vale este lindo blog, munido de falsas verdades, vícios deprimentes, cultura social destrutiva... Como é bom o espírito de porco...
Papai Cutelo gosta da Amy! Amy Winehouse é aquela sereia segurando uma injeção de cavalo contendo heroína em uma mão, e uma caneca de 500 ml de pinga na outra, dizendo, “come here, honey”, a representação da escrotisse masculina, ainda mais quando paramos pra ver que um dia ela já foi um mulherão digna de uma punheta, e hoje mais parece a ex namorada psicótica do meu irmão – que por acaso lembra um pangaré magro dando risada depois de mastigar um ovo.
Acho que ela devia ser eleita a musa do Escapismo Contundente – não a ex, apesar dela ser bem escrota, também... – porque apesar da escrotisse, ela ainda me levanta de manhã...
Se eu pensar nos métodos validados pelo homem moderno, existem vários acumulantes de seu despertar. Hoje, levantar pra ir trabalhar é uma tarefa épica, cheia de artifícios e malabarismos, que ajudam-nos a carregar a demanda de trabalho pesado.
O despertador: Acorda você e instiga aos seus ataques cardíacos. Sabe aquela coisa de colesterol lubrificar a veia? O despertador funciona da mesma forma. Ninguém acorda com um despertador que toca uma música calma, a não ser que seja a musiquinha do caminhão de gás. Com 25 anos, você ainda agüenta o ritmo de um dia de trabalho pesado, a preocupação com as contas no fim do mês, o sono atrasado, mas merecido te põe à parte deste mundo lazarento e no dia seguinte, BANG! ACELERA ESSA MERDA, SEU CORNO! – diz o despertador ao musculoso órgão – a sua vida é assim todo dia, e quando você tiver 50, ao menos já sabe que as chances de morrer dormindo são bem maiores... ao menos as pessoas não vão entender que você teve que acordar pra ter um enfarto...
O café: Você levanta, serve-se de uma xícara de café, oferecida por seus pais no primeiro dia de trabalho. A sua mãe chorando de orgulho quando você toma seu primeiro ônibus para o trabalho, pensando em todos os planos que você vai fazer, quando transformar seu salário de estagiário em milhões... Seis meses depois, você parece um coelhinho rosa com um tambor, movido a café, e começa a misturar essa porcaria com pinga, pra poder acordar de manhã. O café pra se manter acordado e a pinga pra afogar a mágoa do seu chefe careca, que desconta o fato de ser um artista frustrado na sua bela cabecinha, que AINDA tem cabelos...
Amy Winehouse: É aí que eu queria chegar. Essa mulher tem a essência do cidadão moderno. Perdido, artista, incompreendido. Ela é uma criatura mitológica abissal. Zeus comeu a mãe dela, e disse: cê vai ter uma filha que vai beber e fumar que nem uma vaca louca e não vai morrer! Ah, sim! E ela vai casar com um presidiário.
Temos que admitir que is poderes de resistência dela são absurdos. O Conan não poderia com ela!! Não sei se isso VAI acontecer, já que ela está no estágio OVEJUNKIE, mas se ela sobreviver, quero estar vivo em que ela declarar que quer fazer uma biografia, mas esqueceu tudo e depois ir cheirar cocaína com a fuligem que sobrou do pai.
Essa mulher me lembra que eu ainda tenho escadas a galgar. Ela, mesmo tendo mais heroína do que sangue, ainda tem uma voz tão gostosa e tão errada que ainda me deixa a taquicardia mais calma, o café menos necessário, e o chefe... Bem, o chefe continua um babaca, mas ao menos eu fico mais surdo pra ele. É uma pacifista de manhãs de outono... Acho que não dá pra ouvi-la, sem ser numa manhã fresca após um bom café – com pinga. O outono tem cara de Funk, Old School, Nova Orleans, deixando L.A. no verão.
Amy, você merece os nossos martinis erguidos para você. Santa dos bebuns, canonizada pela sagrada Igreja Escrota de São Filhodaputa. Você fez minha manhã mais feliz!!!
Ah... eu queria comer essa mulher...
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Considerando os tijolos na porta da casa de nossos patrocinadores, atirados pelos pais irritados, o Escapismo Contundente está apresentando uma nova faceta de seus textos culturais... A Literatura. Como queremos que o mundo se torne mais tosco e babaca, resolvemos atender à demanda de que levássemos a sério a cultura, para evitar que as crianças de hoje se tornem vazias. Por isso, resolvi criar uma sessão literária, e chamar um grande amigo meu para adicionar tempero a esse templo da escrotisse, q é este blog. Sem mais demoras, apresento-lhes o Prof. Manhattan - FULL OF MOJO!, fã de zumbis, viagem no tempo, cervejas e mulheres, o clássico cervejeiro dono do blog chamado "Egoísmo do Cervejeiro" que estará disposto logo ao lado, assim que alguém fizer um logo decente pra ele...
Hoje, ele irá nos agraciar com sua presença, com um conto escrotíssimo, dotado de textura refinada e poesia como qualquer filho da puta de categoria gostaria.
Espero que curtam, porque eu casquei o bico!
Divirtam-se!
- Papai Cutelo -
Morre Maldita Velha Escrota!
Essa era a frase que passava em minha cabeça a alguns meses atrás quando, portando um cutelo, decepava a cabeça de minha ex-chefe.
Todos sabem que o profético cervejeiro que vos fala é Professor. Bem, dar aula é algo extremamente prazeroso. Ensinar é algo bonito e ao mesmo tempo egoísta. Raras são as vezes em que ensinamos algo com neutralidade, sempre passando quase involuntariamente o nosso ponto de vista, e o pior, execrando o dos outros. Enfim, uma profissão adorável.
Bem, alguns meses atrás essa profissão adorável não estava conseguindo pagar as constantes orgias romanas em que o vosso aprazível cervejeiro está acostumado a participar (breve um artigo sobre Calígula), então decidido foi que este iria trocar de emprego.
Mas o Destino, matreiro como só ele, decidiu pregar uma pequena peça neste ser ambíguo, complexo e barbudo que vos escreve.
Alguns currículos enviados e uma entrevista com a proprietária de uma Administradora de Condomínios foi marcada. Fácil demais por sinal.
A proprietária do novo local era uma mulher, beirando os 50 anos, atarracada, possuía uma semelhança quase surreal com a vovó da Família Dinossauro e era detentora de uma bizarra e sonora voz EXTREMAMENTE fina.
Bem, não escolhemos nossos atributos físicos, mas aquela mulher era uma ofensa ao fornecedor de genes.
Alguma coisa naquela mulher não me cheirava bem, e não era o horrível cheiro de Pinho Sol que provinha daquelas axilas felpudas e daquele rosto que me olhava com olhos semi-cerrados, cheios de mistério e remelas.
No inicio tudo foi mil maravilhas o trabalho era interessante, ninguém me torrava o saco. Coisa de novato em emprego. Todo inicio de emprego é a mesma coisa. Você é o Pop Star do local. Quando o tempo passa, bem, as pessoas realmente mostram quem são e você por algum motivo sempre acaba se fudendo (interessante o Microsoft Word não ter a palavra “fudendo” em seu dicionário...).
Bem, algumas semanas depois, o clima foi ficando extremamente estranho. Percebia que a minha supervisora e a proprietária (a Chefa), passavam muito tempo no porão, onde, diziam elas, ficava o Arquivo Morto da Empresa. Outra coisa um tanto quanto bizarra que comecei a perceber foi o fato de que eu nunca via saírem da Empresa os clientes que chegavam!
Algo naquele lugar não estava certo. Bem, o mês ainda não havia acabado e, portanto achei eu que era uma questão de adaptação.
Na última semana do primeiro mês precisei descer para o porão a fim de pegar algumas notas fiscais antigas a fim de comprovar uma entrada de dinheiro que ocorrera a algum tempo. Grande erro.
O cheiro do porão era horrível. Um misto de matadouro com banheiro público e casa da titia.
Fui me adentrando e descendo cada vez mais, e foi para o meu espanto que vi ali, debruçada sobre um corpo irreconhecível, a minha supervisora devorando parte do cadáver! O sangue jorrava em profusão. Podia ver uma mistura de membros, órgãos, sangue e muco no chão (e jurava que estava ouvindo Jorge Aragão em algum rádio lá embaixo).
Levei um choque tão grande que não vi que uma mão tocara no meu ombro. Era ela. A proprietária estava empapada de sangue também, sua roupa branca e seus colares de Yemanjá estavam lubrificados com líquido vermelho e amarelo (e ao fundo tive a certeza que era mesmo aquele maldito Jorge Aragão).
“Una-se a nós!” Disse ela com sua voz fina e ritmada.
Não preciso dizer que quando fui correr de volta, tropecei em algo, e esse algo era um corpo, levantei, tentei correr de novo, mas tropecei de novo em outro corpo.
Observando melhor, vi que o porão estava lotado com os corpos dos clientes! O desespero só não tomou conta de meu corpo porque estava com uma ressaca dos infernos.
No fim, consegui sair do porão e voltei para meu cubículo.
Ora, pensam os leitores, porque diabos este pseudo-escritor não deu sebo nas canelas e voltou pra sua casa? Ora, simplesmente porque eu ainda não havia recebido meu vale do dia 25 e não voltaria pra casa sem dinheiro. Não é o fato de a minha chefa ser uma canibal tarada que vai me fazer desistir de uma boa grana.
Fim do expediente, hora de passar no Departamento Pessoal e pegar meu cheque.
Aguardo o cheque como uma criança que espera a chupeta (ou como um adulto que espera outro tipo de chupeta também), mas algo estava novamente errado. O valor do cheque não era aquele, aquilo era referente à meia semana de trabalho! Perguntei à moça do DP o que havia acontecido, e ela disse que eram ordens da proprietária.
Aquilo mudou minha vida profundamente (bem, pelo menos naquela hora...). Ninguém, mas ninguém mesmo me fazia trabalhar de graça. Aquela monóptera, coprofágica, escrota iria ver só. Estava na hora de fazer justiça. Não mais o engodo ditatorial das instâncias superiores iriam me fazer de palhaço. No more Mr. Nice Guy... Fiz o que qualquer um na minha posição faria.
Liguei para o Ministério do Trabalho... (Hoje, quando me lembro desta situação, tenho a certeza que se eu me olhasse no espelho aquele dia, iria ver a frase “SÓ LEVA NO TOBA” estampada na testa).
Dois dias depois os fiscais chegaram. Inspecionaram a empresa inteira. Mas não voltaram do porão... Só reparei que a minha supervisora voltou lá de baixo palitando os dentes e dando um sorriso ordinário para mim. (Após aquele sorriso, meu aparelho reprodutor demorou meses para funcionar novamente).
Logo, uma imagem de Charles Bronson passou em minha mente. Teria que fazer algo. Teria que fazer justiça com minhas próprias mãos.
No horário do almoço passei na loja de R$1,99 e comprei um cutelo da marca Quinsu (tentei levar um Ginsu, mas era mais caro do que eu imaginava). Cheguei do almoço e fui direto pra sala da supervisora. Entrei e fechei a porta à prova de som.
Pulei em cima dela (a desgraçada era forte) e ela acabou me chutando, fazendo com que o cutelo voasse para longe. Agarrei o peito dela e dei um Nipple Twist (Twist de Mamilo, coisa que homens fazem em mamilos de homens para causar dor) e ela urrou de dor. Consegui me recompor, peguei o abridor de cartas de cima da mesa e cravei nas costas da vadia. Ela urrou de dor de novo. Do lado de fora, aparentemente ninguém escutava nada.
O peso de papel estava dando sopa no criado mudo, bati repetidas vezes em seu rosto com ele. Pude ver uma segunda fileira de dentes dentro da boca da maldita. Duas arcadas!!!
Pra aumentar minha ira visualizei a máquina de café fumegando ao lado da mesa... A baitaca desgraçada tinha uma máquina de café expresso e eu tinha que tomar aquela porcaria de café da cozinha que mais parecia água de bueiro..., enfiei a cara dela na máquina de café fazendo o líquido fervente queimar a cara da rameira. Aquela canibal vadia ia demorar pra comer outra pessoa.
Recuperei o Cutelo. Agora era hora da Chefa.
Você pode literalmente matar sua supervisora que a única coisa que pode acontecer com você é levar uma advertência, sabe como é, coisa de sindicato. Justa Causa hoje em dia é coisa séria.
A sala da Chefa estava clara. Na mesa um Laptop com o papel de parede do Jorge Aragão (a peça que falta neste quebra cabeça sem noção). Na parede a foto da Chefa quando ela era mais nova (que parecia a foto de uma vadia velha, só que mais nova), e no canto um frigobar. Abri o frigobar e lá tinha 2 Yakult, 1 Alfajor da Turma da Mônica e um Cérebro humano.
Quando me virei, lá estava ela atrás de mim. Olhei para ela com olhos de quem iria ter sua vingança. Ela me olhou com olhos de quem sabia que ia se fuder, mas mesmo assim não dava o braço a torcer. Empunhei o Cutelo, como se fosse uma espada e mandei ver.
Espanto meu quando o cutelo ficou preso no pescoço da mulamba (maldita marca alternativa...). O talho não foi completo e a cabeça não rolou. O Cutelo ficou preso e a vadia segurou meu braço.
Morre Maldita Velha Escrota!!!! Gritei com tanta energia que forcei o cutelo pra baixo fazendo a cabeça da Vilã rolar no chão.
Antes de apagar, a velha pôde me ouvir dizendo “Paga certo sua vaca... não mexa com o Rei” (Sempre quis dizer frases de efeito em uma situação heróica, mas é incrível como elas se tornam idiotas quando ditas em português).
E fui embora.
Recebi minha rescisão, e feliz da vida voltei a dar aulas. E até hoje todos ouvem com regozijo a odisséia do heróico cervejeiro e como ele destruiu as duas canibais vadias e salvou o mundo corporativo.
Ughr.
A cerveja fez mal mesmo.
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Olá a todos!
Um feliz ano novo! Uma marreta e um babaca pra acertar e espalhar o cérebro no chão! Cacete, esse ano começou já com o pé direito pro Escapismo Contundente, e deve ficar muito melhor a cada dia. Estava eu realmente pensando no que ia começar a escrever, quando um sujeito me baixa no msn e começa a levar um papo comigo relacionado a uma arte que eu fiz mês passado, de presente a uma banda que eu curto pra caralho.
Fiz o desenho pensando em oferecer-me a eles como album artist, num longshot feliz e quase tagarela à medida em que escrevia-lhes e-mails de todas as formas e jeitos possíveis... Este sujeito, então, veio à minha sagrada e irritável pessoa no fim da tarde desta quarta-feira reinvindicando uma conversa que tivemos... ele queria que eu trabalhasse pra ele numa arte pra banda dele, mas não quis se identificar, dizendo que eu podia chamar-lhe de TREVOR. O sujeito, não só deixou isso como a única coisa clara - isso porque ele disse "pode me chamar de Trevor" - mas também, ao começo da conversa, falou mal de um usuário do fórum da banda, que eu nem conhecia.
Crianças, entendam uma coisa: QUEM FALA MAL DOS OUTROS GRATUITAMENTE, VAI, FATALMENTE E COM TODA CERTEZA, FALAR MAL DE VOCÊ PRA ALGUÉM.
Isso é tão comum, e infelizmente, tão pouca gente percebe, que eu quis postar isso pra vocês verem do que é feito um pilantra. Claro, na minha humilde opinião ¬¬...
Enfim, todas as vezes em que eu fui fazer um orçamento a uma empresa/pessoa, há certas regras que são imprescindíveis pra qualquer autônomo pra pegar esses comediantes da negociação, as quais levo na minha cuca com carinho...
Continuando a história pra mostrar essas benditas regras: O sujeito me veio com uma conversa de que conhecia Deus e o mundo, convenientemente, as pessoas que me interessavam, e que não poderia pagar-me pelo trabalho. Bom, isso, pra muito ilustrador é motivo pra fechar a janela do msn e sair xingando qualquer um pelos 10 minutos que eles perderam falando sobre como levariam o trabalho. Ainda assim, foi divertido ver a obra literária que o homem postou na frente dos meus olhos, porque realmente estava tudo mirabolante... Supostamente, nosso amigo tinha sido um viajante que conhecia 48 dos 50 estados dos EUA, tinha amizade com o filho da Cher - que aparentemente ele achava que era um cara de uma banda amiga dele, e não o vocalista do Linkin Park, que É, segundo à porra da MTV, filho dela... - e supostamente tinha conseguido um trampo com uma marca fodíssima, e queria me apadrinhar como um filantropo da arte, e queria que eu fizesse aquele “favor”.
Eu, com muito jeito, respondi que na condição em que o mundo se encontrava, eu não poderia dispensar um tempo para ajudá-lo, pois realmente era importante que o tempo que eu tivesse fosse dedicado à minha profissão e todos temos que pagar contas. Ele, CLARO, entendeu como todo pilantra entende e tenta dar um contorno, dizendo que é um cara podre de rico e sabia recompensar qualquer um que o ajudasse... Novamente, com jeito, repeti minha declinação, já começando a rir...
Claro que ele não desistiu, e começou a jogar com meu ego – aprendam aqui, pra não se foderem, crianças... EGO FODE VOCÊ! – e disse que ele tinha uns 30 milhões de artistas se rastejando pela vontade de trabalhar com ele e EU fui o sortudíssimo escolhido – e ele usou essas mesmas palavras... juro que não to exagerando... só pra comprovar, aqui vai a passagem:
*NOTEM O NICK DO SUJEITO!
17:14:13 pukingmaggot: but you have to understand that i have a fleet of artists willing to do whatever i want at this point for simply the honor of having it grace one of my releases
Amiguinhos, entendam... Qualquer um que queira passar a perna em vocês vai falar que é a melhor coisa do mundo pra você e tentar te convencer que você é um completo idiota, se recusar qualquer coisa que ele pede... E geralmente você pega um sujeito desses na hora que ele começa a se gabar de algum feito... Todos os clientes que eu tive na vida que tentaram me passar um calote, antes de mais nada, se vangloriavam da situação em que se encontravam...
Não é que eles não entendem que seu trabalho não vale o que vale, ou que as horas que você perdeu aprendendo seu ofício ou que você gasta no tempo em que você trabalha CUSTAM DINHEIRO, ele quer algum pato fazendo algo de graça pra ele... e ele pode até te creditar, numa letrinha bem miudinha no canto do cd dele... mas num mundo onde a informação é tão rotativa, será que isso vale realmente a pena? Se o Dalai Lama sentasse do meu lado e falasse que ia colocar meu nome num livro dele, eu podia pensar no caso, mas a maioria é de gente que FALA o que tem, ao invés de MOSTRAR o que tem, e muitas vezes, quando mostra, não é deles...
Vocês PRECISAM ficar atentos a isso. Já dizia meu pai, em uma época que peguei um cliente que adorava falar q era honesto... “Qualquer um que fale ‘SOU HONESTO, NÃO SE PREOCUPE’ vai dar aquele lindo e florido cacto pra você enfiar no toba...”
Passado o tempo da “negociação”, o homem começou a realmente querer me mostrar o quanto ele era inexplicavelmente, onipotentemente, ridiculamente importante... Ele aparentemente, queria me provar que ele era o messias do rock, uma vez que tinha feito parte de – sim, ele disse isso – uma sociedade secreta, e que nas 20 bandas das que ele participou, só a primeira fez 30 000 cópias na primeira venda...
Fiz a pergunta “ué... ce deve ter enchido o cu de dinheiro com isso, não?” ele “sim, eu fiquei rico de várias formas” dae eu soltei “e você não quer me pagar... por quê razão mesmo?”
Daí veio a PÉROLA
“Porque eu procuro lealdade nos meus fornecedores!”
Meu, o cara é o próprio Don Corleone... Eu fiquei até com medo de aparecer um italiano aqui na minha casa, me fazendo uma oferta que não posso recusar.
No fim, ele me perguntou o quanto eu cobraria dele, e pus 1500 dólares – mais pra ele parar de me encher o saco, porque eu tava trabalhando de verdade – pra um pôster...
Dae - claro, ele era tão chato e persistente quanto o Seiya - ele começou a jogar com meu ego, novamente, dizendo que pra quem não era conhecido, eu cobrava demais, e bla bla bla... E aí a conversa foi parar nos sagrados pontos da discussão filosófica de quem sabe mais que quem...
No fim da conversa, eu pus um ponto final, dizendo que não queria trabalhar de graça e ponto, e entre as formas dele me dizer que eu era um mercenário, que merecem mérito pela sutileza em sua poesia, ele conseguiu terminar a conversa com um papo de querer me conhecer e dizendo que era um idealista que amava a musica e a arte e todos os 500 instrumentos que ele sabia tocar, e que queria abrir a mente do mundo...
Não agüentei e disse que precisava sair... 10 minutos depois, sentei aqui... E fiz esta sessão de descarrego.
Meu... em resumo... um sujeito que não se identifica, fala mal dos outros, pede coisa de graça, se vangloria, tenta desvalorizar seu trabalho, é o melhor patrono da arte no mundo, mesmo... Esse ae, nem começou o ano e já tá concorrendo com glórias ao Oscar Joinha do ano!
Quem ta começando, ao menos, tenha a oportunidade de analisar isso, porque esse tipo de cliente está em todos os lugares... o mundo não é uma merda, é só o lugar onde existe um negócio chamado seleção natural... Pra ser selecionado, você tem que apanhar e levar tiros, pra saber desviar das balas! ;)
Parabéns, Trevor Verme-que-Vomita!
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